23 de dezembro de 1983
Deixamos a casa de Mike e Kate esta manhã, simplesmente não podíamos mais ficar ali, não consigo explicar porque. Sinto que já não sei a razão dos meus atos, mas sei que tenho que levar as nossas coisas, os coloquei no banco de trás do carro enquanto dormiam, e partimos… talvez devêssemos nos despedir e agradecer, mas alguma coisa me dizia que tinha que ir embora mediatamente, rapidamente e em silencio.
O que quer que tenha feito isso para Mary, não deixou qualquer rastro ou pegada e está na hora de nos movimentarmos. Estou começando a entender que não há ninguém mais que possa me ajudar a encontrar as explicações que procuro, a não ser eu mesmo. Por isso terei que começar minha própria cruzada.
25 de dezembro de 1983
Não preguei o olho na noite passada. Acordei ensopado com meu suor e me dei conta de que era Natal. Onde está Mary? Esse foi meu primeiro pensamento durante toda a noite, e ficou em minha mente toda a manhã. Natal sem minha mulher parece tão irreal. Nossa comemoração foi um pouco sem graça, uma árvore pobrezinha, de plástico e de 30 centímetros, muita comida improvisada e uma boa quantidade de equipamentos esportivos para os meninos: basquete, futebol americano e futebol. Minha intenção era dar aos meninos um poucos de normalidade para suas vidas.