escreví uma biografia engraçadinha para uma revista. aí vai:





TADEU PASSARELLI é músico desde criancinha; ou pelo menos desde que uma sua tia lhe ensinou a colocar discos de 78rpm na vitrolinha, onde êle reconhecia "o piston, o piano, os violinos… a flauta..…a sanfona…". Começou a estudar piano aos cinco anos e desde então não parou mais de estudar de tudo. Hoje toca cravo e clavicórdio ("só musica acústica, e de preferência antiga", segundo êle mesmo), guitarra elétrica, trombone/bonmbardino e órgão de tubos ("acho que sou o único cara que conheço que tem um órgão de 1200 tubos no galpão de casa…"); se defende no bandolim e na gaita cromática e afinal formou-se regente de coral e de "Bandas Municipais". Seu primeiro trabalho profissional foi reger a banda da primeira montagem da peça HAIR, em 1969, São Paulo (Armando Bógus, Aracy Balabanian, Ademar Guerra, Sonia Braga com 18 aninhos). Tocando piano acústico e órgão Hammond. Depois, arranjos para orquestras de festivais, composição de musica para filmes longa metragem e documentários, e afinal toca a 33 anos ("que vergonha…") no mesmo conjunto, o RAICES DE AMERICA, que carinhosamente chama de Varizes de Amelia…

Quando fez cinquenta anos, já que ninguém mais iria se importar com isso, realizou o sonho de desde os cinco: tirou o brevê de Piloto Privado graças ao cachê miserável que recebia para tocar guitarra e teclado na peça RENT, montagem São Paulo/Rio. Como todo PP quiz fazer multi-motor, IFR, tirar a restrição de voo noturno, helicóptero e etc, mas só fez as 10 horas da ACRO e um belo dia se viu voando de planador, no Neivão do Aeroclube de Tatuí; como todos os que já fizeram isso não parou nunca mais: virou instrutor de planador e o que mais gosta de fazer, uma coisa modesta, pouco reconhecida e indispensável: rebocador de planadores ("assim eu vôo sòzinho, haha"). É conhecido nos Aeroclubes como "Maestro". Seu momento musical mais marcante foi tocar no Raices acompannhado pelos 88 músicos da Banda Sinfônica do Estado no agora recem-incendiado Memorial da America Latina, e como piloto foi ter acompanhado por dentro o 33º Campeonato Mundial de Voo a Vela na Finlândia, onde não rebocou mas de onde não voltou ainda. "É um país muito, muito civilizado…"