
"... desconhecimento revela-se na revolta com que o louco quer
impor a lei de seu coração ao que lhe figura como sendo a desordem do mundo,
iniciativa, insensata, [...] dizia eu, basicamente porque o sujeito não reconhece
nessa desordem do mundo a própria manifestação de seu ser atual,
nem que o que ele sente como lei de seu coração é apenas a imagem invertida
quanto vital desse mesmo ser. Ele desconhece duplamente, portanto,
e precisamente por separar a atualidade da virtualidade.
Ora, ele só pode escapar dessa atitude através dessa virtualidade.
Assim seu ser está encerrado num circulo,
a menos que ele o rompa por alguma violência..."
(LACAN, 1946/1966, p. 172-173)
