JacarÃ© do Ã‰ o Tchan fala sobre racismo em programa de TelevisÃ£o

Edson Cardoso, o eterno JacarÃ© do Ã‰ o Tchan, falou sobre o racismo que sofria quando participava de programas de TV. No final dos anos 1990, o grupo estava no auge do sucesso e praticamente batia ponto nas principais atraÃ§Ãµes das emissoras brasileiras."Dentro da TV, todo mundo ia sÃ³ em cima da Carla Perez", disse sobre a entÃ£o "loira do Tchan" durante live no perfil Men Do Not Dance. "Quando a gente assistia [Ã s gravaÃ§Ãµes], nÃ£o aparecia a gente, pois queriam mostrar sÃ³ a Carla." "Ã‰ culpa do sistema, da sociedade, que quer mostrar sempre a mulher. Eram quatro negros, eu, Beto [Jamaica], Compadre Washington e DÃ©bora [Brasil]. Chamavam sempre a loura, nÃ£o a DÃ©bora", reclamou. "A gente ficava muito triste", confessou. "Todo o grupo ficava muito triste, nÃ£o sÃ³ eu. A gente batalha tanto, ensaia, cria, e os caras fazem isso, jogam sÃ³ para uma pessoa. Teve programas que nÃ£o queria fazer. Chegava no camarim e chorava muito." Ele tambÃ©m avaliou que os danÃ§arinos eram muito sexualizados. "Eu sÃ³ queria danÃ§ar, sÃ³ queria que as pessoas vissem a danÃ§a", contou. "Eu nÃ£o quero que as pessoas olhem pro meu Ã³rgÃ£o genital, pra minha bunda, pra minha barriga, eu quero que vejam o movimento do corpo inteiro. A coreografia que eu passei horas tentando criar, contando. Ã‰ muito difÃcil vocÃª criar, contar, parar, pensar... Por mais que seja simples, mas era um desafio sempre. E a gente tinha que fazer uma coreografia que todo mundo repetisse." "Quando fiquei famoso, teve muito o fato de acharem que era gay por estar rebolando", disse. "Fere pelo fato de as pessoas acharem que sÃ³ o homem gay pode rebolar e remexer." JacarÃ© ficou no Ã‰ o Tchan por 12 anos. Em 2016, ele se mudou com a famÃlia para o CanadÃ¡. Atualmente, ele trabalha como garoto-propaganda de uma agÃªncia de imigraÃ§Ã£o. Folhapress