Enquanto Lula (PT-SP) estava preso havia mil possibilidades de termos uma parafernália de candidatos presidenciáveis de todas as matizes ideológicas e interesses políticos difusos. Havia uma janela de esperança para quem quisesse e desejasse disputar uma candidatura presidencial, falta de candidatos não era o problema. Temos candidatos em quase todos os partidos, ávidos por um palanque eleitoral, pelos milhões do fundo partidário e do dinheiro de empresários corruptos e apoiadores que fazem investimento eleitoral pensando no seu retorno milionário logo após a homologação do grande vencedor das urnas. A ânsia e jogo de interesses dos juízes do TRF4 de Curitiba, para prender o então candidato a presidente Luís  Inácio Lula da Silva, e tirá-lo do páreo das eleições de 2018 foram tantas que motivaram os nobres e deuses do olimpo, que compõem o Supremo Tribunal Federal (STF), a jogar no lixo decisões tomadas por seus pares que sentenciava Lula após condenação em 2ª instância e, numa virada de mesa, resolveram dizer para uma sociedade, meio político e jurídico estupefatos, que nada do que foi julgado antes valia e que Lula estava solto, mas não livre, afinal Lula ainda é réu em outras ações que poderão levá-lo de volta às grades. Com a inesperada e “insuspeitaâ€� decisão do ministro Edson Fachin (STF) de anular duas ações que levaram Lula à prisão, Fachin reabilita-o a fazer parte do cenário político tornando-se um sério candidato em 2022, um retrocesso, é claro. Como candidato Lula inviabiliza as esperanças daqueles que tinha uma possibilidade de disputar um espaço no “campo progressistaâ€� contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), jogando por terra o sonho de Fernando Haddad (PT-SP) de vir a ser o candidato natural do partido. Outros esquerdistas, candidatíssimos, esperavam na fila pela chance de chegar ao Palácio do Planalto em 2023 como o Ciro Gomes (PDT-CE), Boulos(PSOL-SP), Flavio Dino (PCdoB-MA) e agora estão a ver navios. Possivelmente irão esperar pelas migalhas que Lula lhes oferecerá para apoiá-lo, caso vença a eleição. Enquanto isso Lula percorrerá aos quatro cantos do país contando suas bravatas, contaminando escolas, universidades, igrejas, sindicatos, assembleias, movimentos sociais e católicos, eventos culturais, intelectuais, jornalistas vendidos, políticos de todos os partidos de esquerda, centro e direita, ativistas das mais variadas vertentes, refazendo o caminho que o levou a ganhar as eleições de 2002 achando que todos os eleitores não têm memória, são débil mental ou canalha, para acreditarem novamente no seu discurso mentiroso e votarem nele outra vez. O candidato Lula lembra o homem mais mentiroso do mundo que viveu no nos Estados Unidos no início do século 19, Phineas Taylor Barnum, que deixou um legado de histórias fantasiosas até os tempos de hoje. Barnum descobriu ainda muito jovem que o trabalho honesto não era para ele e foi parar na cadeia por roubo. Não desanimou, ali aprendeu todo tipo de falcatrua, pilhagem e malandragem e ao sair decidiu que iria ser um “showmamâ€�. Carismático e talentoso em mentir, e sustentar suas mentiras, Barnum logo tornou-se dono de um prédio e de uma companhia de espetáculos extravagantes, enquanto Lula, de mentira em mentira, tornou-se o maior líder sindical do País, fundador do maior partido trabalhista da América Latina até chegar à presidência do Brasil em 2003, para ser preso em 07 de abril de 2018, condenado a quase 25 anos de prisão em dois processos por corrupção passiva de lavagem de dinheiro na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá e o sítio de Atibaia, acusado de receber propinas da construtora OAS e Odebrecht, para reforma dum sítio do interior paulista. Lula está de volta sim, sem medo de ser feliz, se achando um deus que tudo pode e querendo fazer as pessoas acreditarem, principalmente o mercado, que ele pode solucionar todos os problemas que afligem o povo brasileiro e só ele será capaz resolvê-los e fazer o país avançar, sair do atoleiro da ignorância, da desindustrialização, do desemprego, da corrupção, do toma lá da cá que ele e seu partido, o PT, institucionalizaram no tempo que esteve no poder, e ainda fica aí fingindo não saber disso, como se o passado não estivesse logo ali atrás e toda essa sujeira exposta pudesse ser apagado com o esfregar de uma borracha, simples assim. O Lula que saiu da prisão em 08 de novembro de 2019 não mudou nada, não mudará e parece que se perdeu no tempo e ficou vendo a banda passar achando que, se eleito, encontrará um país igual ao de 2003 como o que foi deixado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com a economia andando nos trilhos, moeda forte(o Real), inflação domada e o mercado mundial, principalmente o da China, ávido pelas nossas commodities, que nos rendeu um superávit de muitos bilhões de dólares e nos tornou a sétima economia mundial. Lula voltou com o mesmo discurso morno, mentiroso, às vezes raivoso, fora de época e perdido no tempo, como se estivesse fazendo sindicalismo do passado, quando pregava a revolução política dos anos 80, onde tudo que dizia como sindicalista e político parecia ser verdade absoluta e tinha um povo pronto para segui-lo, acreditando que a esperança iria vencer o medo diante de sua pregação que destilava ódio, divisão, jogando trabalhador contra patrão, tentando dividir o país, criar o pânico para depois reinar e surgir como se fosse o salvador da pátria. É usando essa mesma estratégia que ele espera voltar ao Palácio do Planalto em 2023. Juarez Cruz. Escritor e cronista