Após o lÃder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), entrar no centro das apurações da CPI da Covid no Senado sobre supostas irregularidades na compra da Covaxin, a oposição quer paralisar votações no Congresso. LÃderes do centrão, no entanto, dizem que ainda não há clima para travar debates, e esperam desdobramentos das acusações apresentadas pelo servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). Congressistas da oposição avaliam citar o caso Covaxin em "superpedido de impeachment" que será apresentado nos próximos dias contra o presidente Jair Bolsonaro, ou elaborar uma proposta especificamente sobre as suspeitas de irregularidade. Ainda discutem com movimentos sociais a possibilidade de antecipar protestos contra Bolsonaro que estavam marcados para o fim de julho. Já senadores governistas da CPI minimizam as declarações do servidor e do deputado e dizem que não havia má-fé da Precisa Medicamentos, que negociou a vacina com o Ministério da Saúde, ao apresentar documento com dados errados. Os papéis foram parcialmente retificados. A existência de denúncias de irregularidades em torno da compra da vacina indiana foi revelada pela Folha no dia 18, com a divulgação do depoimento sigiloso ao MPF (Ministério Público Federal) do servidor, que é chefe da Divisão de Importação da Saúde. O Congresso discute projetos de interesse do governo, como as reformas administrativa, tributária e eleitoral, além do voto impresso, uma bandeira de campanha do presidente Jair Bolsonaro, e o projeto que muda regra sobre as demarcações de terras indÃgenas. O presidente não se manifestou diretamente sobre as suspeitas que atingem Barros, mas voltou a atacar a CPI da Covid durante ao participar neste sábado (26) da terceira motociata em apoio ao governo, desta vez em Chapecó (SC). "Querem apurar o quê? No tapetão não vão levar", afirmou. Folhapress.