Há três dias, desde a chegada da cracolândia à rua onde mora, entre as avenidas São João e Duque de Caxias, na região central paulistana, o neuroeducador José Roberto Barbosa dos Santos, 47, não abre as cortinas do apartamento em que mora. Ele também dorme com duas facas e um martelo perto da porta, "por segurança", diz. Um baú de madeira é usado como obstáculo a possÃveis invasores. A rua Doutor Frederico Steidel se tornou um dos principais pontos de concentração dos usuários de drogas desde a realização da ação policial que esvaziou a praça Princesa Isabel, a cerca de 1 km dali, há uma semana. Nos últimos dias, o grupo tem se alternado entre a via e a rua Helvétia, no lado oposto da avenida São João. Barracas voltaram a ser montadas na nova cracolândia na tarde desta quarta-feira (18) pela primeira vez desde a dispersão no antigo endereço. Fios foram estendidos de um lado ao outro da rua como uma espécie de varal onde as lonas pretas foram penduradas. De acordo com a polÃcia, os traficantes usam as tendas para vender as drogas sem serem flagrados pelas câmeras de segurança e pelos drones da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Folhapress.