A campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido cobrada por apoiadores para ampliar o uso da chamada linguagem inclusiva, que busca combater preconceitos contra minorias, e ao mesmo tempo recebe crÃticas de bolsonaristas por citar termos tidos como politicamente corretos. O petista, que lidera as pesquisas da corrida presidencial, adaptou parte de suas falas para agradar à fatia da militância que abraça a defesa das mulheres, dos negros, da população LGBTQIA+ e dos indÃgenas, mas escorregões nessa cartilha ainda causam desconforto em sua base. As queixas, geralmente feitas em privado para não respingar na candidatura, giram em torno do uso de palavras como "Ãndio" (em vez de indÃgena) e "escravo" (no lugar de escravizado) e de referências que contrariam, por exemplo, os veganos, com repetidas alusões a churrasco e picanha. Outro problema apontado é um termo com conotação sexual no bordão de Lula sobre ter 76 anos de idade, mas "tesão de 20". Sob anonimato, uma apoiadora diz que, embora o presidenciável faça associação com sua energia polÃtica, o termo soa depreciativo para o conjunto das mulheres. Em ao menos um discurso recente, ele atenuou o peso da palavra controversa ao incluir "motivação" antes dela. Outra preocupação visÃvel é a de frisar a diversidade de gênero, mas longe de ceder à linguagem neutra, que pressupõe um vocabulário com "todes" (em vez de todos) e "amigues" (amigos). O ex-presidente costuma se dirigir aos ouvintes como "meus amigos e minhas amigas". Folhapress.