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O que o Brasil real vai apresentar na COP27
O sistema climático da Terra tem uma história de transformações, de aquecimento a resfriamento. Nos dias atuais estamos vivenciando mudanças impulsionadas pelos impactos das atividades humanas com seu modo de vida consumista, perdulário e de completa falta de respeito aos direitos da natureza. Para enfrentar este ciclo de aquecimento global são necessárias intervenções drásticas e rápidas, não somente com relação ao combustível fóssil (petróleo e derivados, gás natural e carvão mineral), que usamos e como usamos, e que deve ser substituído na matriz energética mundial por fontes renováveis de energia (sol, água, vento, biomassa).  Mas também mudar o estilo de vida, e manter uma relação respeitosa e harmoniosa com o meio ambiente. Várias tentativas não tiveram êxito a nível mundial de criar uma governança para enfrentar as mudanças climáticas, que sem dúvida alguma é o maior desafio da humanidade. O que estamos presenciando é que a crise climática e ecológica está acontecendo aqui e agora, muito mais cedo do que o esperado. Uma vasta documentação científica produzida, e os alertas seguidos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), mostram que as emissões médias de Gases de Efeito Estufa (GEE’s) continuam aumentando, atingindo os níveis mais altos da história. Vale destacar recente declaração do secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, com relação ao novo relatório elaborado pelo Grupo de Trabalho II do IPCC, como um "atlas do sofrimento humano e uma acusação condenatória da falha de liderança climática", classificando o relatório como “um arquivo da vergonha, catalogando as promessas vazias que nos colocam firmemente no caminho para um mundo inabitável”. De 6 a 15 de novembro próximo, será realizada a 27ª Conferência do Clima, organizada pelas Nações Unidas. A frustração é grande, pois todas outras Conferências ocorridas nos últimos anos resultaram insuficientes para reduzir as emissões de GEE’s, principal responsável pelo aquecimento global, e cujos aspectos mais óbvios envolvem os combustíveis fósseis e o desmatamento. Nesta COP27 serão, mais uma vez, cobrados dos países as metas de redução de emissões até 2030, as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (em inglês, NDCs), que devem ser cumpridas e alinhadas com a meta estabelecida em 2015 pelo Acordo de Paris, para limitar o aumento da temperatura global a 1,5º C. A poucos dias do início da Conferência, somente 26 países manifestaram, assumindo compromissos mais ousados para redução dos GEE’s. Entre os principais emissores, o Brasil não apresentou até o momento seus planos climáticos, que necessitam de apoio de políticas públicas para atingirem seus objetivos. Na contramão de seus compromissos voluntários, o atual governo brasileiro tem priorizado ações contrárias ao cumprimento dos acordos internacionais. A falta de ações concretas deve fazer o país reprisar o papel de pária internacional na COP27, como já aconteceu na COP25, COP26. O que se verifica nos últimos anos são decisões que representam políticas nefastas, que contribuem e não combatem as mudanças climáticas. Foto: Ilustrativa. Heitor Scalambrini Costa - Professor aposentado da Universidade Federal de Pernambuco.


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