Uma nova vacina em fase de testes desenvolvida pelas farmacêuticas Moderna e Merck Sharp and Dohme (MSD) pode diminuir os riscos de morte ou regresso de câncer de pele em pacientes que estão tratando a doença. Os resultados iniciais, ainda não publicados em revistas cientÃficas, foram divulgados este mês e mostram que pacientes que receberam a vacina junto à terapia Keytruda, que aumenta a capacidade do sistema imune do corpo em detectar e combater as células tumorais, tiveram 44% menos chances de morte ou retorno da doença. O novo produto utiliza a tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) - a mesma de imunizantes contra covid-19 - e por isso permite personalizar doses da vacina com até 34 antÃgenos que podem ser detectados em melanomas, o tipo de câncer mais frequente no Brasil, correspondendo a 30% dos casos da doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). "É uma tecnologia similar à das vacinas contra covid-19, que permite criar rapidamente novas vacinas a partir de diferentes antÃgenos. Mas, neste caso, a personalização é feita de paciente para paciente e não em massa, como é feita com as doses utilizadas contra covid. Além disso, as células cancerÃgenas não sofrem mutações tão rapidamente quanto o vÃrus", explica Márcia Abade, diretora médica da MSD Brasil. Até agora, os testes vêm sendo realizados em 157 pacientes pacientes com melanoma de estágios III e IV que foram submetidos a ressecção cirúrgica completa. Em 2023, a vacina passará por uma última fase de testes - que deve ter um grupo de pacientes maior e durar em torno de dois a três anos. Se comprovada a sua eficácia e segurança, ela será comercializada.