O primeiro mês do ano será alusivo à hansenÃase. Conhecida como “Janeiro Roxoâ€, a campanha alerta sobre a importância do diagnóstico precoce, prevenção e tratamento da doença, que é crônica, infecciosa e causada pela bactéria Mycobacterium Ieprae. A enfermidade pode causar incapacidades fÃsicas, principalmente nas mãos, pés e olhos. A infecção acomete pessoas de ambos os sexos e de qualquer idade, inclusive crianças e idosos. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os paÃses que registram novos casos. No Recife, de janeiro a agosto deste ano, foram diagnosticadas 197 novas confirmações da enfermidade na população geral e nove em menores de 15 anos. Todas as unidades de saúde da famÃlia da Secretaria de Saúde do Recife realizam o diagnóstico, que é rápido, simples e essencialmente clÃnico, e tratamento da doença, que é feito com antibióticos e tem duração de seis ou 12 meses. Poucos dias após o inÃcio, o usuário deixa de transmitir a doença. “Quanto mais rápido for diagnosticada, maior a chance de não ter sequelas. É importante que a população saiba que a hansenÃase tem cura e que tanto o diagnóstico quanto o tratamento estão disponÃveis, gratuitamente, no Sistema Único de Saúde (SUS)â€, explica a coordenadora do Programa Municipal de HansenÃase, Sâmmea Grangeiro. Além disso, na PoliclÃnica Lessa de Andrade, funciona o serviço de sapataria, voltado para os pacientes de hansenÃase que necessitam de calçados especiais. Para ter acesso ao serviço, é necessário que o paciente seja encaminhado pela unidade básica, através do médico, fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional, que informa todas as especificidades do item a ser confeccionado. A sapataria produz palmilha de descompressão, sandálias, dorso flexor, splinter, entre outros. A transmissão ocorre quando uma pessoa com hansenÃase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina a bactéria para o meio exterior através do espirro ou tosse, infectando outras pessoas que têm maior probabilidade de adoecer. A doença acomete principalmente os nervos superficiais da pele e troncos nervosos periféricos (localizados na face, pescoço, terço médio do braço e abaixo do cotovelo e dos joelhos), mas também pode afetar os olhos e órgãos internos (mucosas, testÃculos, ossos, baço, fÃgado, etc.). Essa evolução ocorre, em geral, de forma lenta e progressiva, podendo levar a incapacidades. “A hansenÃase ainda é uma doença muito estigmatizada e, por isso, muita gente deixa de ir atrás do diagnóstico e, consequentemente, não realiza o tratamento. Isso acaba provocando essas incapacidades, que não são apenas fÃsicas, mas também sociais e emocionaisâ€, pontua Sammea. Os sinais e sintomas mais frequentes da hansenÃase são: manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade térmica (ao calor e frio), tátil (ao tato) e à dor; áreas com diminuição de pelos e do suor; dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas; inchaço de mãos e pés; diminuição da sensibilidade e/ou da força muscular da face, mãos e pés; úlceras de pernas e pés; caroços (nódulos) no corpo; febre, edemas e dor nas articulações; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos. Foto: Ikamahã. Secretaria de Saúde do Recife.