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Sinto como se eu fosse tão-somente um rascunho, um vir-a-ser, um amanhã que não se é, e um ontem
que nunca mais voltará a ser. Sinto como se vivesse perdendo tempo por ser uma soma
de deslizes, planos feitos da soma de meus retalhos.
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Vivo na angústia de não saber se a escolha que não fiz pudesse ser a melhor onde o final
daquele caminho que não trilhei me aguardasse sempre a felicidade
Sinto como se estar "lá" pudesse ser melhor do que estar "aqui"
E me incomodo apenas por não ser outro que não eu,
devorando-me numa perda de tempo
e numa perda-de-mim
*
Sinto que a maioria dos meus passos me atrasam e me levam pra longe de qualquer lugar
onde eu deveria ir ou estar, e que as escolhas que fiz me prendem e jamais
me libertam, pelo medo que cultivo em cativeiro.
Sinto, sinto muito.
*
Mas não aceito, enquanto também me resigno com minhas prisões e com meu dia-a-dia
tantas que não se cansam de ser. Guardo poucos sorrisos na agenda.
Aguardo a vida nas minhas impaciências
Eu namoro com as minhas frustrações
sem ninguém saber
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By Guilherme
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