Cantão as auës sob o céo d’outomno,
E em mágoa sigo o fado que me guia;
De mi me fujo, e já não tenho dono.
Qual náufrago sem porto, á dor me entôno,
Que Tethys rouba a paz que em mi jazia;
Cantão as auës sob o céo d’outomno.
No peito arde saudade em tardo somno,
E o vento turba a noite que me esfria;
De mi me fujo, e já não tenho dono.
Do firmam?to em vão busco o conho,
Que a estrella mente, e a sombra me seguia;
Cantão as auës sob o céo d’outomno.
Ó fado cruel, que em pranto me componho,
Mostrando ao mundo a dor que me desfia;
De mi me fujo, e já não tenho dono.
Em pó me torno, em cinza, em desabono,
Que só nos céos descanço se faria;
Cantão as auës sob o céo d’outomno,
De mi me fujo, e já não tenho dono.