Menina de olhos negros
Tão cheios da luz de amar,
Não vês que os teus segredos
Se espelham no teu olhar?
Menina dos olhos negros
Abertos de par-em-par,
Não queiras plantar degredos
Nas calmas ondas do mar...
Menina, teus olhos negros
Inda acordam a tormenta,
E o novelo dos enredos
A língua alheia alimenta!
Menina de olhos negros
Tão puros como o luar,
Não desvendes os teus credos,
Resguarda a chama do lar...
Não descubras o teu peito
Por maior que seja a dor!
Quem o seu peito descobre
De si mesmo é traidor...
