E tem gestos mais delicados e elegantes.
Aos 40, ela carrega um olhar muito mais matador quando interessa matar.
E finge indiferença com mais competência quando interessa repelir.
Ela não é mais bobinha. Não que fique menos inconstante.
Mulher que é mulher, se pudesse, não vestiria duas vezes a mesma roupa nem acordaria dois dias seguidos com o mesmo humor.
Mas, aos 40, ela já sabe lidar melhor com este aspecto peculiar da condição feminina.
E poupa (exceto quando não quer) o seu homem desses altos e baixos hormonais que aos 20 a atingiam - e quem mais estiver por perto - irremediavelmente.
Aos 20, a mulher tem espinhas. Aos 40, tem pintas, encantadoras trilhas e de pintas.
Que só sabem mesmo onde terminam uns poucos e sortudos escolhidos.
Aos 20 a mulher é escolhida. Aos 40, é ela quem escolhe.
E não veste mais calcinhas que não lhe favorecem.
Só usa lingeries com altíssimo poder de fogo.
Também aprende a se perfumar na dose certa, com a fragrância exata.
A mulher aos 40, mais do que aos 20, cheira bem, dá gosto de olhar, captura os sentidos, provoca fome.
Aos 40, ela é mais natural, sábia e serena. Menos ansiosa, menos estabanada.
Até seus dentes parecem mais claros. Seus lábios, mais reluzentes.
Sua saliva, mais potável. E o brilho da pele não é o da oleosidade dos 20 anos, mas pura luminosidade.
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