AMAR UM POETA
Amar um poeta
é como amar o vento
que acaricia e se desfaz
como se nunca tivesse existido.
É como ouvir uma canção,
apaixonar-se por ela
e ao fim de alguns minutos
descobrir o silêncio
de uma canção que não repete.
É como enlouquecer de amor
e no final restar de herança
apenas a loucura.
Quem amou um poeta
sabe que o poeta não existe
porque o abstrato
são flores que não se colhem
e o amor que rimou com paixão
precisa partir sempre antes da hora.
O poeta é um sacerdote,
onde, aos seus pés,
se confessam os corações,
sem máscaras e sem pudores,
mas esse mesmo coração
ao voltar ao confessionário
encontrará apenas uma flor
e a saudade
será o perfume desse amor.
Josué de Oliveira