O sentimento fraternal que une pessoas, de fato não está condicionado ao parentesco ou à relação íntima, pois se trata de uma forma de parceria que vai além de dividir interesses comuns. É como se o outro fosse seu espelho e refletisse continuamente uma boa e agradável imagem, além de lhe dar uma sensação de conforto e segurança que nem sempre encontramos nos braços de um pai, de um marido ou de um irmão de sangue.
É alguém que nos permite sermos nós mesmos, pois nos aceita sem julgamentos. Que intervém quando sente que é necessário, mas que não tem a pretensão de controlar nossas vidas. Que está lá quando sente que precisamos dele e se afasta quando percebe que estamos no nosso trilho novamente, por querer que nossas vitórias sejam realmente nossas e que nossos erros sejam consertados por nossa própria consciência.
Amigo é aquele que não fica cobrando nossa atenção ou fazendo chantagem emocional. Por isso, ele não fica dando conselhos desnecessários ou inoportunos, muito menos julga todas nossas ações e pensamentos. É aquela pessoa que simplesmente desfruta de nossa companhia quando estamos lá, mas que certamente vive sua vida com plenitude na nossa ausência. É óbvio que sente nossa falta, mas o faz com um sorriso no rosto e uma lembrança doce e não esboça nenhum pensamento de culpa ou raiva, imaginando porque você não está lá com ele.
Claro que normalmente os amigos dividem interesses, porém, isso não é uma prerrogativa. Você pode gostar de alguém que não tenha nada a ver com você e, mesmo assim, existir este respeito mútuo, esta alegria em se verem, esta sensação de paz e conforto quando estão juntos, mesmo que não conversem. Ao contrário de quem apenas convive, o silêncio entre amigos não é perturbador. Só de fitar os olhos do seu amigo você sabe que está tudo bem. As palavras se tornam, assim, redundantes.