.
Ponderem um pouco comigo, se não fossem os homens empregarem tanto a mentira em seus cotidianos, poderiam até mesmo não ter-me criado. Acredito, que somente no fato de eu existir como palavra, já se expressa um demérito para os homens.
Identifica-os como mentirosos, pois eu seria completamente desnecessária, para uma sociedade que não empregasse a mentira. Vejam os Índios, por exemplo, não me conheciam, pois não usavam da mentira em suas conversas. E dizer que foram colocados aqui nesse mesmo dicionário como sinônimo de “selvagens”... Que paradoxo, justamente as criaturas que não mentem são identificadas como selvagens; “coisas de gente”... Arrematou, como que em desabafo.
Mas o que me deixa fula mesmo é quando alguém pergunta assim: “É verdade mesmo?” Afinal, para que servem as palavras? Creio que, no tocante aos homens, elas servem para camuflar o que lhes vai realmente no íntimo. Parece, para mim, que os homens usam das palavras, o tempo todo, apenas com o intuído de alcançarem seus desejos recônditos, por isso não servem elas para identificarem exatamente o que estariam dizendo. Nunca dizem a verdade, nunca demonstram o que realmente têm em sua mentes...
Reparem, seja no comércio, na indústria, na política, em família, em sociedade a até mesmo nas religiões, os homens vêm promovendo um malabarismo de intelectismos cada vez mais refinado, apenas para persistirem nesse hábito de não declararem, com simples naturalidade, aquilo que está em seus objetivos em relação aos demais. A mim chega a parecer que eles assinaram entre si um contrato, ao qual obedecem cegamente, de mentirem, uns aos outros e em todas as oportunidades que se lhes apresentem.
Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
•─────““:.>ﻺﻍFr@nﻺﻍ<.:““─────•