A Guerra da Ucrânia entra em sua 48ª semana com um novo ponto de inflexão no conflito entre a Rússia, que invadiu o paÃs vizinho em fevereiro passado, e o Ocidente, que tem sustentado militarmente os esforços de Kiev em resistir à agressão. Na última quinta (19), véspera da reunião em que aliados ucranianos prometeram um pacote robusto de novas armas que pode incluir tanques de guerra até agora não enviados para o conflito, a Rússia reagiu à movimentação ameaçando o emprego de sua bomba atômica retórica: armas nucleares de verdade. Representante da linha dura do Kremlin, Dmitri Medvedev, que presidiu o paÃs em nome de Vladimir Putin de 2008 a 2012, foi ao Telegram comentar o encontro do grupo de 50 paÃses liderados pelas forças da Otan (aliança militar ocidental) na base americana de Ramstein, na Alemanha. "Baladeiros polÃticos subdesenvolvidos repetem como mantra: "para obter a paz, a Rússia precisa perder". Nunca lhes ocorre trazer a seguinte conclusão elementar disso: a derrota de uma potência nuclear numa guerra convencional pode levar a uma guerra nuclear. Potências nucleares não perdem conflitos em que seu destino está em jogo", escreveu. O comunicado é interessante. Se por um lado Medvedev repete o que já disse outras vezes, apelando a uma linha que já não comove tanto os polÃticos ocidentais, por outro transparece uma franqueza inusitada: a admissão de que os russos podem ser derrotados. Folhapress.